Segundo o novo relatório Fretebras, aumento na contratação de caminhoneiros de forma digital levou nossa plataforma a movimentar R$ 18 bilhões em fretes de janeiro a março de 2022.

 

7ª edição do Relatório Fretebras

Acabamos de lançar a 7ª edição do “Relatório Fretebras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, com base na análise de 2,2 milhões de fretes publicados no primeiro trimestre de 2022 na nossa plataforma.

De acordo com o estudo, o volume de fretes rodoviários no Brasil aumentou 36,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Ao todo foram movimentados R$ 18 bilhões em fretes de janeiro a março de 2022.

 

A digitalização do transporte rodoviário

O forte movimento das empresas em buscar soluções digitais para contratar caminhoneiros para seus fretes continua impulsionando o crescimento de transações na plataforma Fretebras e transformando o setor de Transportes & Logística como um todo.

Desta forma, o mercado conseguiu se preparar melhor para enfrentar as condições adversas enfrentadas no primeiro trimestre, como a guerra da Ucrânia, as constantes altas da inflação e dos juros e a recuperação pós-pandêmica.

“O que temos notado é que o transporte rodoviário de cargas está cada vez mais digitalizado, com as transportadoras e os caminhoneiros autônomos utilizando plataformas online para realizar os fretes. Por conta disso, a gente consegue monitorar melhor as movimentações e ajudá-los com um transporte mais seguro e eficiente”, destaca Bruno Hacad, diretor de Operações da Fretebras.

Influência de fatores externos

Segundo o relatório, de janeiro a março de 2022 houveram diversos fatores que influenciaram no mercado de fretes, com destaque à guerra da Ucrânia. Por um lado, a alta do combustível impacta profundamente os custos do transporte, já que o preço do diesel teve um aumento de 12,5% de fevereiro a março de 2022.

Por outro lado, as commodities brasileiras ganharam ainda mais força no mercado internacional, impulsionadas pela alta do dólar, que teve um reflexo positivo no preço dos grãos lá fora. E ainda, é necessário considerar a dependência da importação de fertilizantes da Rússia, que representa 23% das compras deste produto pelo Brasil.

 

Setores que movimentaram o Brasil no 1° trimestre de 2022

O estudo da Fretebras analisa os fretes de três grandes setores, que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil: o agronegócio, a indústria e a construção.

 

Cenário de guerra impacta a dinâmica do agronegócio

O agronegócio puxou a oferta de fretes no período, com 37,4% das cargas registradas na plataforma da Fretebras e cerca de R$ 6,7 bilhões em fretes distribuídos. Os estados mais significativos para o desempenho do segmento foram Rio Grande do Sul (15,7%), Mato Grosso (12,4%) e São Paulo (11,9%).

Os produtos mais transportados foram fertilizantes (23,4%), soja (13,2%) e milho (12,7%). Na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e de 2021, os fretes do agronegócio aumentaram 35,2%.

Além disso, o estudo identificou uma nova dinâmica que seguramente impactará o agronegócio brasilerio: a distribuição dos fertilizantes. Movimentos que começaram no ano passado e que se intensificam com a guerra da Ucrânia, mostram que o País está buscando a autossuficiência, além de outros parceiros comerciais além da Rússia.

Outro destaque importante do relatório Fretebras, foi a produção e exportação do trigo. Com o cenário da guerra, o preço da commodity aumentou exatamente depois de uma produção recorde no passado, fazendo com que a exportação fosse mais atrativa.

 

Produtos industrializados com possibilidades externas

Logo em seguida estão os produtos industrializados, que originaram 27,7% dos fretes anunciados na Fretebras no primeiro trimestre de 2022 e cerca de R$ 5 bilhões movimentados em fretes.

Os itens mais transportados no período foram os alimentícios (19%), seguidos por máquinas e equipamentos (11,2%) e siderúrgicos (9,9%). Os estados de maior destaque no desempenho do segmento foram São Paulo (28,1%), Paraná (13,4%) e Minas Gerais (11,2%). Na comparação com o mesmo período de 2021, o setor teve crescimento de 33,3% no volume de transportes.

No setor, foi possível perceber o aumento da produção industrial, principalmente entre os alimentos e equipamentos agrícolas, ambos produtos brasileiros de exportação. A venda lá fora tem gerado mais retorno do que a venda interna, por conta da alta do dólar.

 

Atividades da construção aumentam, mas preços preocupam

Já os fretes de insumos para construção representaram 13,6% das cargas registradas na Fretebras no ano passado, movimentando R$ 2,4 bilhões. Os produtos mais transportados foram cimento (53,1%), telha (5,9%) e pisos (4,8%).

Em relação ao primeiro trimestre de 2021, houve crescimento de 68,5% em 2022 no volume de fretes da categoria e os estados que mais carregaram insumos no setor foram: Minas Gerais (52,8%), São Paulo (10,7%) e Paraná (4,6%).

O setor está começando a sentir o impacto negativo da alta dos juros e da inflação nos insumos. Ainda há aumento das atividades, porém as expectativas são de desaceleração no crescimento.

 

Visão por região

Sul e Sudeste puxam as rotas mais digitalizadas do setor

O relatório Fretebras consegue identificar uma série de movimentos que são uma verdadeira representação do transporte rodoviário de cargas.

Pela primeira vez, o buscamos entender quais são as rotas que estão mais digitalizadas, ou seja, onde as transportadoras têm olhado com mais frequência soluções digitais para a busca de caminhoneiros autônomos para o transporte de suas cargas.

“O grande fator que está por trás da digitalização das rotas é a pressão da inflação sobre os custos do transporte, puxada principalmente pela alta do diesel. O mercado tem notado que a contratação de autônomos usando aplicativos de frete, como o nosso, tem gerado economias de 20 a 30% quando comparado com frota própria. Por isso, grandes setores como agro, construção e indústria apostam por este tipo de solução. Naturalmente, Sul e Sudeste puxam o movimento, por serem regiões onde a digitalização está mais presente”, reforça Hacad.

Olhando por setores, no agronegócio, a rota com mais movimentações de cargas por meio da plataforma da Fretebras no 1° trimestre de 2022 foi entre São Borja-RS e Rio Grande-RS, com 1.453 fretes, e o principal produto transportado foi o trigo.

Já entre os produtos industrializados, a rota mais movimentada foi entre Curitiba-PR e São Paulo-SP, com 1.072 fretes, dos quais 64% foram cargas paletizadas. No setor de construção civil, a maioria dos fretes (2.514) foi feita entre Arcos-MG e Piracicaba-SP e quase todos os transportes registrados foram de cimento.

Em relação ao volume de fretes nas regiões, o Sudeste obteve um aumento de 42% no 1° trimestre de 2022, sendo que Minas Gerais registrou a maior alta no período, 70,1%, na nossa plataforma. Já no Sul, o crescimento foi de 10% e o Estado de mais destaque foi o Rio Grande do Sul com 28,2% de aumento.

 

Centro-oeste: a região com maior crescimento

O volume de fretes rodoviários no Centro-Oeste aumentou 65,1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. Foi a região com o maior crescimento registrado pelo nosso estudo.

O Distrito Federal obteve a maior alta no volume de fretes no período, 130,4%. No começo deste ano, o governo do Distrito Federal anunciou que entregaria 44 obras ao longo de 2022, fazendo com que os fretes de construção movimentassem todo o Estado.

No 1° trimestre de 2022, os fretes da categoria representaram mais da metade (52,3%) das cargas no DF publicadas na Fretebras, sendo que o aumento no volume, em relação ao 1° trimestre de 2021, foi de 218%.

Mato Grosso aparece também em destaque, com aumento de 93,8% nos fretes. No meio de março deste ano, o Mato Grosso já havia colhido 98,8% de sua área de soja.

Essa aceleração da colheita do produto no MT também foi observada na plataforma da Fretebras, com um aumento significativo de 96,1% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021.

A oleaginosa foi o produto do agronegócio com maior volume de fretes no Estado, com representatividade de 32,4% na categoria.

“O que temos notado é que o Centro-Oeste está cada vez mais digitalizado, com as transportadoras e os caminhoneiros autônomos utilizando plataformas online para realizar os fretes. Por conta disso, a gente consegue monitorar melhor as movimentações e ajudar eles com um transporte mais seguro e eficiente”, destaca Bruno Hacad, diretor de Operações da Fretebras.

No olhar para as rotas mais digitalizadas, na região Centro-Oeste apareceram duas rotas com mais movimentações por meio da plataforma da Fretebras no 1° trimestre de 2022. No setor do agronegócio, os transportes de cargas entre Primavera do Leste-MT e Rondonópolis-MT se destacaram com 1.196 fretes. Já a rota entre Cuiabá-MT e Piracicaba-SP (796) foi uma das mais movimentadas no setor da indústria.

 

Nordeste e Norte puxados pelo Agro e Indústria

De acordo com o estudo, o volume de fretes rodoviários no Nordeste aumentou 45,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, o que demonstra que a região está cada vez mais digitalizada no transporte de cargas.

O estado de Alagoas registrou, na plataforma da Fretebras, a maior alta no volume de fretes no período, 81,7%. Entre janeiro e março deste ano, o Banco do Nordeste destinou R$ 1,13 bilhão para produtores rurais da região.

Só no Estado de Alagoas, o 1° trimestre deste ano registrou um crescimento de mais de 138% nas operações rurais, em relação ao mesmo período do ano passado. O acesso a novos recursos possibilitou que os produtores investissem mais em suas plantações.

Diante deste cenário, os fretes agropecuários no Estado aumentaram consideravelmente: 201% no 1° trimestre deste ano em relação ao do ano passado na plataforma da Fretebras. A representatividade desses fretes em Alagoas foi de 45,9%, sendo que os produtos do agronegócio mais transportados por lá foram fertilizantes e açúcar.

Entre os demais Estados, Sergipe e Paraíba registraram aumentos de 66,7% e 66,6%, respectivamente. Bahia teve alta de 51,8%; Piauí, 45,1%; Ceará, 41,4%; Rio Grande do Norte, 36,8%; Pernambuco, 35,3%; e Maranhão, 15,3%.

Já no Norte, o volume de fretes rodoviários aumentou 53,6% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, o que demonstra que a região está cada vez mais digitalizada no transporte de cargas.

O Pará registrou, na plataforma da Fretebras, a maior alta no volume de fretes no período, 83%. No primeiro trimestre deste ano, com destaque para fevereiro, a produção industrial no Pará foi a que mais cresceu em todo o Brasil (+23,9%), representando o seu maior aumento desde abril de 2019.

O Estado paraense se destacou, principalmente, pelo desempenho positivo na produção e escoamento de minério de ferro. Na plataforma da Fretebras, isso foi percebido através dos fretes siderúrgicos, com um aumento dos fretes do produto de 86,1% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado. A representatividade dos siderúrgicos na categoria das cargas industrializadas foi de 61,6%.

O Estado de Tocantins também se destacou na região, com aumento de 81,4% nos fretes publicados na Fretebras. Em Tocantins, o agronegócio é o setor mais proeminente, principalmente o plantio de grãos, como a Fretebras demonstrou em relatórios passados.

As condições climáticas apoiaram no adiantamento da colheita da soja, aumentando a janela de plantio e colheita do milho, que deverá registrar um aumento de 38,6% na sua produção. Na plataforma da Fretebras, os fretes de milho com origem no Estado representaram 35,8% das cargas do agronegócio, no 1º trimestre de 2022. A expectativa é aumentar ainda mais essa representatividade com o milho safrinha.

Para acessar a sétima edição do relatório Fretebras, basta se cadastrar no nosso webinar de lançamento.

Confira a entrevista completa do Diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, no canal Agromais.

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