Bora bater um papo sobre a logística reversa? Estamos falando de transporte que segue o contrafluxo, ou seja, é a coleta de produtos defeituosos, excedentes, que já cumpriram seu ciclo de vida e até resíduos que prejudicariam o meio ambiente. Essa tarefa é obrigação de quem produziu os itens, sabia? Mas, antes de mostrar como lidar com a situação, vamos falar sobre o conceito, os desafios e exemplos de empresas que dão show nesse assunto. Vem conferir!

O que é a logística reversa?

A logística reversa é o processo que envolve o retorno de produtos, materiais ou embalagens do consumidor para a empresa. É o contrário do que acontece no dia a dia no transporte de cargas, entendeu? 

A gente simplifica para você entender melhor. Enquanto a logística tradicional movimenta produtos da empresa para o consumidor, a logística reversa lida com o fluxo inverso, garantindo recuperação, reciclagem ou descarte adequado.

Com isso, a prática contribui para a redução do descarte inadequado, reutilização de materiais e reciclagem de produtos. Resultado: há a diminuição da necessidade de extração de recursos naturais. Ao adotar práticas de logística reversa, as empresas demonstram comprometimento com a responsabilidade ambiental e contribuem para um futuro sustentável.

Como funciona?

O processo inclui:

  • Coleta;
  • Transporte;
  • Armazenamento;
  • Triagem;
  • Tratamento dos resíduos. 

A logística reversa desempenha papel fundamental na sustentabilidade, promovendo a economia circular, reintegrando resíduos na cadeia produtiva e gerando valor econômico e social.

Três tipos de logística reversa

1. Pós-venda: devolução de produtos com defeito

Nesse caso, o consumidor retorna o item à loja onde efetuou a compra, desencadeando um processo em que a loja, por sua vez, encaminha o produto de volta à indústria. Essa operação aproveita a já existente rede de distribuição, otimizando o trajeto de retorno.

2. Pós-consumo: reciclagem e descarte de resíduos

O conceito de logística reversa também se aplica após o consumo do produto, especialmente no descarte de resíduos. Um exemplo é o retorno de garrafas de vidro de refrigerantes ou cervejas. Após o consumo, os clientes podem devolver essas embalagens ao estabelecimento onde as adquiriram.

O comerciante, por sua vez, encaminha as embalagens de volta à indústria de bebidas. Esse ciclo possibilita que a indústria recicle todo o vidro recebido, reutilizando o material na produção. A prática não apenas conserva recursos naturais, mas contribui significativamente para a redução da produção de resíduos.

3. Pós-distribuição: correção de pedidos

Em situações em que são despachados itens em excesso para os pontos de venda, os profissionais responsáveis pela gestão percebem o equívoco na quantidade recebida. Então, eles solicitam a devolução, iniciando assim o processo de logística reversa. 

Essa prática direciona os produtos de volta à esfera de responsabilidade da indústria, o que possibilita uma gestão correta do excedente de mercadorias.

Quais empresas são referências em logística reversa?

Programas como a reciclagem de embalagens e o sistema de logística reversa de eletrônicos são exemplos de sucesso. Essas iniciativas envolvem diversos setores, como fabricantes, distribuidores e revendedores, e o objetivo é promover a coleta e reciclagem eficientes. Se liga em algumas empresas que dão show nesse quesito!

  • Eaton: sistema para devolução de carcaças de caminhões e outros veículos, os quais são remanufaturadas em caixas de câmbio e engrenagens, por exemplo.
  • Nespresso: programa de reciclagem de cápsulas, incentivando a devolução para reciclagem e transformação em novos produtos.
  • HP: programa de reciclagem de cartuchos de impressão, permitindo que consumidores devolvam cartuchos usados para reciclagem.
  • Coca-Cola: programa de reciclagem de garrafas PET, recolhendo e reciclando garrafas para produzir novas.
  • Apple: programa de reciclagem de dispositivos eletrônicos, envolvendo o envio de aparelhos antigos para reciclagem ou reutilização.
  • Unilever: programa global de logística reversa para embalagens, incentivando a devolução de embalagens vazias para reciclagem ou reutilização.

E mais: veja este caminhão, aqui, de peças remanufaturadas que disputou a Copa Truck 2023.

O que diz a lei sobre a logística reversa?

A legislação brasileira, que inclui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamenta a logística reversa, promovendo a responsabilidade compartilhada entre diferentes atores. Fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores precisam estar unidos na mesma causa para que a prática seja bem-sucedida.

A lei prevê sistemas específicos para produtos prioritários, como pilhas, baterias, pneus e óleos lubrificantes. Acordos setoriais são incentivados para definir regras e metas na logística reversa.

Quais benefícios a logística reversa traz?

Você deve estar se perguntando o que você ganha com a aplicação deste conceito. Vamos lá!

Redução de custos

Apesar do investimento inicial, a logística reversa pode, a longo prazo, reduzir os custos de produção, especialmente se a empresa conseguir reciclar ou reutilizar os resíduos.

Sustentabilidade

A prática funciona como uma ferramenta fundamental para empresas que buscam práticas mais sustentáveis. Afinal, ela melhora a reputação da marca e atrai consumidores preocupados com a sustentabilidade.

Inovação

A logística reversa estimula a inovação, incentivando o desenvolvimento de soluções mais eficientes e sustentáveis para lidar com os resíduos. Isso pode resultar em novos produtos, processos e modelos de negócios.

Cumprimento de normas

Ela contribui para o cumprimento de normas e regulamentações relacionadas à gestão de resíduos, evitando multas e sanções.

Relacionamento com o consumidor

Por fim, ela oferece oportunidades para as empresas melhorarem seu relacionamento com os consumidores. Isso aparece no compromisso com a sustentabilidade e proporcionam serviços que beneficiam à sociedade e ao meio ambiente.

Quais os desafios da logística reversa?

A implementação eficaz desse conceito enfrenta desafios, como a necessidade de infraestrutura eficiente, uma rede de coleta abrangente e centros de reciclagem. Dá só uma olhada no que as empresas precisam superar.

Custos

Implementar a logística reversa pode ser caro, especialmente se envolver investimentos em novos equipamentos ou processos. Isso porque a coleta e o transporte de produtos de volta à fábrica podem ser mais complexos e exigir mais recursos que os processos de entrega convencionais. Afinal, estamos falando da distribuição e da coleta.

Logística complexa

Com várias etapas, desde a coleta até o tratamento, a logística reversa demanda uma gestão eficiente de processos para garantir eficácia e sustentabilidade. Inclusive, podem ser necessárias a contratação de terceiros. Não tem jeito, é mais trabalho para dar conta.

Parcerias

Fazer a logística reversa acontecer requer colaboração entre empresas, organizações e governos. Diferenças em objetivos, prioridades e processos podem representar desafios nesse contexto.

Conscientização do consumidor

O sucesso da prática depende da participação ativa dos consumidores, exigindo campanhas de conscientização e educação para promover a devolução adequada de produtos e materiais.

Ao vencer todos os obstáculos da logística reversa, você cumpre a legislação, contribui para a sustentabilidade e aumenta a reputação do seu negócio. Estamos falando mais que uma obrigação, mas um compromisso com o transporte de cargas de ponta a ponta. Se você coloca um produto no mercado, a retirada dele também é sua função, entendeu? Conte com a Fretebras para te conectar ao motorista certo para a sua carga!

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