O ano de 2022 não foi fácil para o agro. Tivemos interferência da inflação, alterações climáticas, conflitos mundiais e alta no preço de insumos. O conjunto de fatores direcionou para o fechamento do ano não como a gente esperava (com queda de 4,1% no PIB), mas com uma expectativa de melhora para o próximo ano. Por isso, para chegar preparado na próxima safra, é importante mapear os desafios do agronegócio.
Quem sofreu com o aumento do preço dos defensivos e fertilizantes em 2022 levanta a mão? Alguns insumos subiram o preço em mais de 100%, dá para acreditar?
A alta dos fertilizantes iniciou em 2020, com a pandemia, causando a ruptura do abastecimento (crise dos fertilizantes) e o problema foi intensificado com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre 2020 e 2022, os preços dos insumos abaixo subiram nas seguintes proporções:
Como resultado, no período de dois anos, o custo da produção aumentou em mais de 150%. Entre os principais desafios do agronegócio em 2023 está contornar o problema, deixando a produção mais barata e a margem de lucro um pouco maior.
Em relação à indústria de fertilizantes russa, Putim determinou a cobrança de um novo tributo para equilibrar as contas russas. Com isso, as cotações de ureia e fosfatados devem ser de 20% superiores já no início de 2023 (dados: Sicoob Credicitrus).
Os combustíveis passaram por um período de alta, mas já houve o resfriamento da situação e a normalização dos preços.
Mais de 70% de tudo que é produzido no Brasil é distribuído pelas rodovias. O problema é que a condição das estradas não é boa. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) avaliou que 57% dos trechos das rodovias estão em estado regular, ruim ou péssimo de conservação.
Outro desafio logístico a ser superado é aumentar a capacidade de armazenamento dos produtos agrícolas. A Companhia Nacional de Abastecimento (CNA) afirma que nossa capacidade é cerca de 27% menor do que o volume produzido — e deveria ser 20% maior. Com isso, os produtores têm que vender os alimentos logo após a colheita, o que não é ideal porque a oferta é maior e o preço mais baixo.
Por fim, há a necessidade de controle do desperdício. Geralmente, uma parte da colheita é perdida no transporte. É possível usar alguns artifícios para diminuir as perdas como telas metálicas com malhas nos veículos, conferir o estado de conservação das lonas, além de prendê-las bem à carroceria.
A previsão é que a inflação de alimentos e bebidas suba menos em 2023 do que 2022, mas os valores ainda preocupam. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), entre 2020 e 2022, o setor acumulou alta de 36,06%, sendo 10,91% só no período de janeiro a novembro de 2022.
Para 2023, os economistas projetam números mais próximos ao índice geral de preços, ou seja, reajustes na faixa de 5% a 6%. Esse seria o melhor cenário, contando que as previsões da safra sejam alcançadas, sem influências climáticas negativas.
A desaceleração da economia mundial tenderá a frear o preço dos alimentos agrícolas, que tiveram cotações altas no mercado internacional por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. Esse acontecimento também encarece o custo de insumos, como fertilizantes, tornando nossa produção cara. São desafios a serem enfrentados agora.
Quem achou que a guerra entre Ucrânia e Rússia não impactava o agronegócio, errou redondamente. Em 2022, o conflito influenciou na disponibilidade mundial de insumos e de grãos, assim como a distribuição e a compra dos alimentos pelos nossos parceiros comerciais.
Se a disputa continuar, a previsão de desaceleração do PIB mundial será confirmada, o que prejudicará as exportações brasileiras do agronegócio. E tem mais: o poder econômico de potências como a China, Estados Unidos e União Europeia sofrerá queda, diminuindo o volume de compra.
Não desanime porque tem notícia boa por aí! A expectativa para a safra de grãos de 2022/2023 é de crescimento expressivo, mais precisamente 15,5% em relação ao período anterior. Isso quer dizer 42 milhões de toneladas a mais e um volume total de 313 milhões de toneladas. Os dados são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Alguns fatores que reforçam a estimativa são o aumento da área plantada e recuperação da produtividade da soja após o prejuízo causado pela seca na região Sul, em 2022. Além da soja, a cana-de-açúcar e o milho tiveram sua produção reduzida, muito por causa de questões climáticas como o La Niña.
Apesar do fechamento de 2022 ser com a queda de 4,1%, a previsão do agronegócio é o crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2023. De acordo com a CNA, o Valor Bruto de Produção foi 2,2% maior que em 2021, chegando a incrível marca de R$1,3 trilhão.
Alguns dados interessantes:
Viu como os desafios do agronegócio em 2023 não são fáceis, mas também não são impossíveis de serem superados? As previsões de especialistas são favoráveis. A gente tá preparado para fazer história, levando sua produção com agilidade, segurança e sem burocracia. Quer mais informação? Baixe a 8ª edição do Relatório Fretebras e entenda, com detalhes, tudo o que rolou no setor no transporte rodoviário de cargas no 1º semestre de 2022.
Bacharel em jornalismo pela UFJF e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela mesma instituição.
Especialista em SEO, Inbound Marketing e Marketing de Conteúdo. Experiência em redação para diversas mídias e campanhas com foco no setor logístico e de transporte rodoviário.
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