As mudanças climáticas vieram com tudo em 2024. E um dos setores mais prejudicados por ela, sem dúvida, foi o agronegócio.

Assim, que tal entender quais foram os impactos e algumas ideias para evitar repetir isso nos próximos anos? Confira a seguir!

2024 – O ano mais quente da história

O ano de 2024 é o mais quente já registrado e um dos motivos é o aquecimento dos oceanos. Ele tem mudado padrões climáticos como a formação da La Niña, que regula o clima em diversas regiões.

Isso resultou em atrasos nas chuvas e calor extremo, afetando muitas áreas no país. É claro que o setor agrícola também sofreu impactos. Com isso, houve atrasos no plantio e na colheita, que comprometeram a produtividade. Também o calor prolongado e as chuvas irregulares prejudicaram culturas como milho e cana-de-açúcar, causando prejuízos.

Apesar de tudo isso, o Norte apresentou uma pequena melhora como a diminuição das secas e melhora dos níveis dos rios. Ainda assim, o aquecimento global não é apenas uma questão ambiental e precisa de adaptações e mudanças para não causar maiores problemas.

As mudanças climáticas e o agronegócio

Como o agronegócio brasileiro depende de previsibilidade climática para planejar safras e colheitas, essa instabilidade gerou sérias consequências, como por exemplo:

  • Mudanças nos regimes de chuva: secas mais longas em algumas regiões e precipitações excessivas em outras prejudicam o ciclo agrícola;
  • Temperaturas extremas: culturas sensíveis, como café e trigo, sofrem com perdas de qualidade e quantidade. O calor também afeta a saúde do solo e dos animais de criação;
  • Aumento de pragas e doenças: novas pragas surgem em áreas antes protegidas, demandando maior uso de defensivos agrícolas;
  • Alterações nos ciclos agrícolas: atrasos ou adiantamentos no plantio e colheita afetam a logística e o planejamento financeiro.

Soluções sustentáveis

Para reduzir essas situações, o ideal é adotar algumas práticas em todas as pontas do setor. Então, o incentivo é fazer uso eficiente da água e recuperar áreas degradadas. Além disso, investimentos em tecnologia e práticas agrícolas sustentáveis podem diminuir os impactos ambientais e econômicos.

Alta no preço de alimentos e impactos no consumo

Em 2024, a inflação acumulada na categoria “alimentação e bebidas” foi de 6,44% (enquanto o índice geral foi de 4,29%). Os principais “vilões” foram:

  • Café moído: aumento de 33% devido a secas e ondas de calor em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo;
  • Azeite de oliva: alta de 21,6%, impulsionada por ondas de calor na Europa, que reduziram a produção de azeitonas;
  • Cenoura: oscilou ao longo do ano, com aumentos de até 44% no início de 2024, causados por calor extremo e chuvas irregulares;
  • Limão e laranja-lima: inflação acumulada de 82,8% e 96,9%, respectivamente, por causa de ondas de calor e doenças como o greening.

É importante destacar que essa alta nos preços reduz o poder de compra das famílias e aumenta a insegurança alimentar. E a situação pode ficar mais preocupante por fatores como dólar elevado, custos de transporte e insumos importados e conflitos globais.

Fenômenos climáticos amplificados

Eventos climáticos extremos estão mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. Isso amplifica os efeitos de fenômenos naturais como o El Niño. Algumas consequências são:

  • Chuvas intensas no Rio Grande do Sul: causaram prejuízos agrícolas e dificultando colheitas;
  • Secas no Norte e Nordeste: afetaram o nível dos rios e reduziram a oferta de água para irrigação;
  • Ondas de calor: impactaram negativamente culturas sensíveis, como frutas e hortaliças, além de reduzir a qualidade do solo.

E agora?

Considerando todo esse panorama do que aconteceu em 2024, como diminuir os impactos e garantir o agronegócio no Brasil?

Medidas de adaptação

A primeira opção envolve criar estoques reguladores para estabilizar os preços em momentos de escassez.

Outras medidas envolvem melhorar o manejo do solo para aumentar a resiliência e investir em tecnologia para prever e gerenciar eventos climáticos extremos.

Políticas públicas

Por exemplo, os setores de transporte e agropecuária precisam reduzir as emissões de gases de efeito estufa. No caso do transporte rodoviário de cargas, uma excelente opção é o uso de biodiesel

Além disso, é necessário promover práticas agrícolas sustentáveis e desenvolver programas educativos para conscientizar sobre os efeitos das mudanças climáticas.

Perspectivas para o futuro

O cenário parece sem esperanças, porém existem alternativas. Muitas ações são necessárias, mas uma abordagem integrada fará toda a diferença para o agronegócio. Desse modo, combinar esforços governamentais, empresariais e individuais facilitará o caminho em busca de práticas mais sustentáveis.

Quer entender um pouco mais sobre o assunto? Então, confira a matéria Logística ambiental no transporte rodoviário de cargas. E acompanhe a Fretebras para não perder nenhuma notícia e inovação no setor de transportes.