O transporte de medicamentos no Brasil requer uma série de cuidados, não só no traslado, mas em diversas outras etapas, como a armazenagem, fabricação e venda. O fio condutor desses cuidados está na legislação e em um conjunto de regras que existem especificamente para o assunto, visando manter a qualidade e segurança dos produtos.
Diferentemente de outros tipos de cargas, os fármacos pedem atenção à questões, como temperatura, iluminação, umidade e o tipo correto de carroceria, pontos que são cruciais para a experiência do consumidor. Ou seja, uma grande responsabilidade para quem se encarrega do manuseio e transporte.
Outra grande responsabilidade que bate à porta de quem faz parte do setor, é quando se entende o quanto ele significa para a economia brasileira. Segundo a 5ª edição do “Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico”, realizado pela Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED), unidade administrativa da Anvisa, só em 2019 (ainda antes do boom da pandemia de Covid-19), houve um movimento de R$ 85,9 bilhões dentro deste mercado.
Pelas grandes oportunidades e, ao mesmo tempo, tamanha sensibilidade do setor, é que hoje vamos te contar mais sobre as particularidades do transporte de medicamentos, assim você pode potencializar seu dia a dia ou até ter mais segurança pra entrar no ramo. Vamos lá?!
Quais são os documentos necessários para o transporte de medicamentos?
Como já dissemos no começo do nosso papo, a atenção e cuidado ao se transportar medicamentos deve ser muito alta, por isso a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dispõe de regras e obrigações legais para que o trabalho seja feito e você deve sempre ficar de olho nelas.
Dentre os documentos, estão:
- Certificado de Regularidade Técnica (CRF) – Conselho Regional de Farmácia;
- Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) – ANVISA;
- Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB);
- Autorização de funcionamento – Prefeitura;
- *Autorização Especial (AE) – ANVISA.
*Para o transporte de medicamentos de controle especial, que necessitam de controle de temperatura.
Há uma portaria e uma resolução que ditam as regras sobre autorização de funcionamento no transporte de medicamentos e que, por isso, são muito importantes para consulta. São elas a Portaria 1052/98 e a Resolução 329/99.
Porém, vale lembrar que trabalhar com o transporte de fármacos abrange ainda mais obrigatoriedades. Então fique sempre de olho em tudo que é divulgado pela Agência referente ao assunto e aproveite este conteúdo também para ficar mais um pouquinho por dentro do assunto.
Boas práticas e outras obrigatoriedades para o transporte de medicamentos
Gerenciamento de estoque
Se você é uma transportadora que também estoca medicamentos, a qualidade e conformidade deste armazenamento deve ser acompanhada de perto. Até porque, não vai adiantar focar em ser muito bom no transporte, se a carga tem avarias, certo?!
Por isso, reforce o registro de entradas e saídas dos produtos, tenha câmaras frias pra garantir a conservação dos fármacos, reforce a segurança e fique de olho nas temperaturas, já que há uma boa variação entre os medicamentos, alguns podem exigir de 2º a 8° graus, outros 20° graus.
Presença de profissionais técnicos
Ao trabalhar com o transporte de produtos farmacêuticos, é obrigatória a presença de um(a) profissional farmaceutìco(a), inscrito(a) no Conselho Regional de Farmácia, para orientar a operação, adequar os fluxos e garantir que a empresa esteja cumprindo todas as leis e regras exigidas por órgãos reguladores, no caso, a Anvisa.
Além disso, também é necessário um(a) Responsável Técnico(a) e um(a) Responsável Legal para contribuir na gestão deste tipo de carga.
Planeje as rotas com atenção
Independentemente do tipo de carga, dedicar tempo a um bom planejamento de rotas é um quesito que marca presença nas transportadoras. Nem sempre o caminho mais curto é o mais sustentável, nem sempre o mais longo é dispensável e por aí vai.
E se tratando de medicamentos, o cuidado com o assunto é em dobro. Estes produtos exigem atenção ao tempo e qualidade estrutural enquanto estão em trânsito, por isso prevenir acidentes, se antecipar a horários e evitar o roubo de cargas é essencial.
Um ponto de atenção extra é a exposição da carga ao sol. Sendo assim, vale o toque de evitar trechos de muito congestionamento durante o dia, mitigando assim o comprometimento da qualidade da carga.
Rastreio de cargas
O rastreio de cargas no segmento de medicamentos não é apenas uma boa prática, mas uma obrigatoriedade vinda dos fabricantes farmacêuticos. Tal prática evita falsificações, roubos e/ou desvios.
Procure, de preferência, por fornecedores com rastreio em tempo real e tenha um bom seguro. Esta é uma prática que leva mais segurança não só a você, mas também aos caminhoneiros e ao cliente que opta por contratar seus serviços.
Como deve ser feito o transporte?
Como já citamos, o transporte de medicamentos é uma atividade de extremo cuidado e sensibilidade, para assim manter a integridade dos produtos. E, ao pensarmos em como este traslado deve ser feito, não poderia ser diferente.
Este tipo de trabalho exige tipos de carroceria e tipos de caminhão específicos, tanto pela quantidade, quanto pela fragilidade e temperatura dos produtos. Por exemplo, para viagens curtas e com baixo volume, podem ser utilizadas caixas térmicas, já pra longas distâncias, uma caçamba baú refrigerada será necessária.
O mais importante é alinhar todas as expectativas e necessidades com o cliente, se antecipar aos problemas, fazer um bom planejamento e assim correr dos problemas e até da perda destas cargas.
Veja também – Quais são os tipos de veículos de carga?
Utilize o POP (Procedimento Operacional Padrão)
O planejamento via POP é muito comum em variados tipos de operações e naquelas com maior sensibilidade se faz ainda mais importante. Este processo nada mais é do que uma padronização de passo a passo, desde sua própria concepção, até a execução das tarefas.
Você pode se basear em modelos já criados, mas nunca esquecendo das particularidades da sua operação, para não perder nenhum detalhe no meio do caminho.
Para te ajudar, vamos citar pontos importantes que devem ser avaliados na execução do POP para o transporte deste tipo de carga:
Para gestão
- Treinamentos técnicos específicos do segmento;
- Registro e filtro de feedbacks para futuros ajustes;
- Controle de documentos e registros;
- Visualização macro do fluxo geral de trabalho (com datas, horários, locais, envolvidos, entre outros);
- Assegurar a qualificação do time envolvido.
Para qualidade
- Inspeção cíclica do sistema de qualidade;
- Instauração de um sistema de qualidade com responsáveis definidos;
- Organização de um repositório confidencial de qualidade;
- Uso da tecnologia a favor do controle de qualidade.
Para higiene
- Conservação;
- Limpeza;
- Manutenção de equipamentos;
- Vistoria periódica;
- Controle de pragas.
Para processos logísticos
- Controle de procedimentos de manuseio e armazenamento;
- Inspeção de recebimento, separação e expedição;
- Definição de critérios para um transporte seguro;
- Fluxo para evitar trocas, avarias, defeitos e outras adversidades;
- Controle de temperatura e humidade.
Veja também – Como melhorar a gestão e reduzir custos logísticos?
Bastante informação, não é?! Este é um setor complexo, mas também muito promissor, como mostramos na pesquisa lá no comecinho do papo sobre o impacto da venda de medicamentos pra nossa economia. Por isso, agarre esta oportunidade ou continue crescendo no setor, se já está nele, e conte com a gente pra te ajudar com a nossa plataforma, soluções e conhecimento.
Se quiser saber tudo que podemos oferecer pra sua empresa, basta solicitar o contato de um dos nossos especialistas e, para mais conteúdos, continue acompanhando nosso Blog e redes sociais. Até a próxima.
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Bacharel em jornalismo pela UFJF e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela mesma instituição.
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