Calcular o custo de transporte rodoviário é a primeira etapa para chegar a um valor ideal de frete.
Para que esse valor seja justo, tanto para o caminhoneiro quanto para a empresa que o contrata, vários fatores devem ser levados em consideração.
O transporte rodoviário é o modal mais utilizado no Brasil. Mas, devido às condições das estradas brasileiras, o custo pode comprometer até metade do orçamento das entregas. Por isso, é preciso estar atento a esse cálculo para que haja competitividade no processo.
Se você se interessou por esse tema e quer entender melhor como realizar esse cálculo, continue lendo este artigo.
Calcular o custo do transporte é importante, pois essa é uma das etapas pertencentes à logística. Sem esse valor devidamente calculado e planejado, há grandes chances da organização ter prejuízos e atrasar as entregas.
Dessa forma, o gestor responsável deve entender todos os pontos que abarcam esse custo para conseguir chegar a um valor ideal.
Há gastos fixos, gastos variáveis, impostos, despesas administrativas e taxas que variam de acordo com o peso e o quilômetro rodado.
Outro ponto importante é que o gestor deve se colocar do outro lado da relação e dimensionar os gastos dos caminhoneiros. Por exemplo, eles têm gastos fixos, como a manutenção do veículo, gastos com combustíveis, desgaste com pneus e depreciação dos veículos — e tudo isso deve ser levado em conta.
Calcular o custo do transporte rodoviário não é uma tarefa muito simples. Afinal, há muitos fatores envolvidos e diferentes maneiras de se chegar a um valor.
O importante é que você compreenda como calcular e entenda quais fatores fazem a diferença. Depois, é só adequá-los à sua realidade.
Como explicamos acima, há várias possibilidades de estabelecer um valor. Uma delas é seguindo a tabela da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Esse órgão federal é responsável por legislar, fiscalizar e supervisionar as atividades de prestação de serviço e uso da infraestrutura de transportes, mantendo o equilíbrio entre empresas e trabalhadores do setor.
Pensando nisso, a agência criou uma Política Nacional de Pisos Mínimos de Transporte Rodoviário de Cargas, orientando como calcular o custo do transporte por meio de valores prefixados.
Confira este exemplo baseado nos valores da ANTT: uma contratação de serviço de transporte rodoviário de cargas na contratação de um veículo automotor de cargas + implemento rodoviário, para uma distância de 300 quilômetros, com o tipo de carga granel sólida e uma composição de 7 eixos.
Pelo tipo de transporte, os valores do coeficiente de custo de deslocamento (CCD) e de carga e descarga (CC) na Tabela da Resolução ANTT nº 5.849/2019 são: CCD = 3,8479 e CC = 310,60.
O piso mínimo é calculado por (distância x CCD) + CC. Ou seja, (300 x 3,8479) + 310,60, totalizando R$ 1.464,97. Esse seria o valor da entrega segundo o padrão da ANTT, mas há outras formas de fazer esse cálculo identificando os valores separados.
Quanto maior for a distância entre a origem e o destino de entrega, maior será o tempo na estrada e, consequentemente, o risco também aumentará. Para resguardar os caminhoneiros, a Associação Nacional de Transporte de Cargas estabeleceu uma tabela de alíquotas relacionadas à distância.
É importante ressaltar que essa tabela tem relação com a carga e não com o caminhão. Assim, não é possível considerar o trajeto de ida e volta.
Para os caminhoneiros, há custos fixos que estarão envolvidos em todas as viagens e que serão incluídos no valor do transporte — por exemplo, os impostos (como IPVA e DPVAT) que são cobrados anualmente. Além disso, há os seguros veiculares e a depreciação, que ocorrerá sobre o caminhão com o passar do tempo.
Já no caso dos custos variáveis, eles oscilam de acordo com o uso. Eles se referem à manutenção preventiva e corretiva, à troca de pneus, ao combustível, aos gastos com pedágio e ao seguro da carga, que também é chamado de seguro de responsabilidade civil e é obrigatório a todo serviço de frete. Seu objetivo é cobrir avarias e perdas ocasionadas pela responsabilidade do caminhoneiro.
O gestor também deve levar em consideração as despesas indiretas, mas que se relacionam com o setor de transportes — por exemplo, os custos com a administração do local e de pessoal da transportadora. Eles se referem ao salário pago aos profissionais que trabalham no galpão, despachando as entregas, e ao responsável administrativamente por gerenciar os fretes. Além disso, deve-se incluir o valor de aluguel, da luz e dos impostos da empresa.
Também é preciso considerar os custos relacionados aos valores das cargas. Eles variam conforme o risco de acidentes, de avarias e de roubos e podem ser divididos em dois grupos. O gerenciamento de risco de acidentes ou avarias — frete valor — que agrega uma quantia baseada no valor da administração de seguros, indenizações por extravios, perdas e danos.
Já o custo de gerenciamento de risco de roubos — GRIS — inclui os seguros facultativos, o desvio de cargas, os salários dos caminhoneiros e os investimentos em sistemas de rastreamento e equipamento de gestão de riscos.
O ICMS é outro imposto cobrado sobre as operações de transporte de mercadorias e prestação de serviços entre municípios e estados.
O peso e a cubagem também devem ser analisados. O peso define quanto o caminhão gastará de combustível e quanto os pneus sofrerão de desgaste, dessa forma, cargas mais pesadas tendem a ser mais caras.
Outra maneira de calcular o custo do transporte rodoviário é levando em consideração o volume da mercadoria. Há cargas muito volumosas que preenchem muito espaço no caminhão. Caso esse volume não seja levado em consideração, a tendência é que o preço cobrado não seja justo.
Entender todas as variáveis e opções para calcular o custo de transporte rodoviário não é uma tarefa simples, porém, é preciso compreender as possibilidades para garantir um preço justo e rentável de operação.
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Edu Ribeiro
Formação:
– Graduado em Comunicação Social – Jornalismo pela UNISA.
– Pós-graduado em Gestão de Projetos Digitais pelo SENAC SP.
Perfil Profissional:
Jornalista especializado em transporte e logística rodoviária.
Áreas de Interesse:
– Gestão de Frota
– Sustentabilidade no Transporte
– Inovação e Tecnologia
– Segurança Rodoviária
– Infraestrutura e Logística
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