A infraestrutura de transportes no Brasil é formada por um conjunto de serviços que gera base para o desenvolvimento socioeconômico do país, envolvendo também outras frentes, como telecomunicações, saneamento básico e energia.
Certo. Agora, você já se perguntou como estamos em relação a infraestrutura de transportes aqui no Brasil? Apenas cerca de 13% das nossas rodovias são pavimentadas, há falta de segurança, déficit na extensão e conservação de algumas malhas, alto custo em alguns modais de transportes, burocracia, falta de flexibilidade nas rotas, entre outros.
Este é um assunto vasto e que interfere diretamente no dia a dia de quem vive da estrada. Por isso, hoje te convidamos a saber mais sobre a realidade da infraestrutura de transportes do Brasil, seus impactos e, de quebra, as definições de funcionamento de cada um dos nossos modais, curiosidades e muito mais.
Vamos lá?!
E, para que supram as necessidades do país, conforme citamos acima, estão integrados a um sistema de gestão chamado infraestrutura de transportes.
Pela sua grande relevância para o país e para o público que nos lê, é claro que vamos começar pelo modal rodoviário, né! Além de nos aprofundarmos um pouco mais em alguns temas. Vamos lá?!
O modal rodoviário de transporte de cargas acontece de forma terrestre, sendo formado por estradas, ruas e rodovias onde caminhões vêm e vão com suas cargas em rotas geralmente mais longas.
O início da construção da sua relevância se deu no Governo Juscelino Kubitschek, entre as décadas de 50 e 60, quando nossas rodovias foram planejadas no detalhe e, após futuros acordos comerciais, novas decisões políticas e a vinda de empresas automobilísticas internacionais para o país, se tornou a potência que conhecemos hoje.
Este modal é responsável por cerca de 61% do escoamento de cargas em todo país e sua extensão fica na casa de 1.720.756 km.
Segundo a Revista Exame, ele gera emprego a cerca de 1,5 milhão de pessoas, representa entre 6% e 7% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e está em 4º lugar no ranking de malha rodoviária mundial.
Mas, como dito no comecinho deste conteúdo, os problemas de infraestrutura são uma sombra que o modal carrega consigo há anos.
Em relação a pavimentação, apenas 221.820 quilômetros estão devidamente asfaltados, seguido por problemas de sinalização, segurança, falta de investimento, entre outros.
Para se ter uma ideia, segundo dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e do Portal SIGA Brasil, a estimativa de investimento público neste modal no ano passado (2021) era de R$ 12,4 bi, mas o investimento real acabou ficando em R$ 5,2 bi. E, para este ano, a expectativa do DNIT também não é satisfatória, chegando a apenas R$ 6,2 bi, o menor orçamento dos últimos 10 anos.
Outro grande ponto de atenção é que as atividades do DNIT estão mais concentradas em adequar e realizar a manutenção das rodovias, o que não resolve também o problema de extensão da malha rodoviária.
Do outro lado da moeda, há também os investimentos das concessionárias privadas que tendem a ajudar no equilíbrio dessa balança. Porém, mesmo com todas estas movimentações, ainda vemos um modal que merece muita atenção e investimento para que quem roda por ele possa trabalhar com agilidade e segurança.
Mesmo com a má conservação das estradas do país, o setor de transporte rodoviário de cargas não para. Mas, isso também não quer dizer que não acarrete grandes impactos para quem vive delas para trabalhar.
Se uma estrada, rua ou rodovia não está em condições de qualidade para rodagem, a segurança dos motoristas é uma das primeiras coisas colocadas em risco. Só em 2021, a Polícia Rodoviária Federal registrou 63.447 ocorrências de acidentes. Na sequência, também há a falta de segurança das cargas em si, que podem ser perdidas em acidentes, tombamentos, pelo prazo de validade vencido, entre outros.
Como um ciclo, estas situações também causam maior consumo de combustível que, além de contribuir com o aumento da emissão de dióxido de carbono, que tem combustível fóssil como responsável por, aproximadamente, 14% do volume gerado no país (WRI Brasil), também pesa no bolso dos envolvidos. Segundo a 7ª Edição do Relatório Fretebras, somente em março, registramos um aumento de 25% no preço direto das refinarias.
Falando em aumentos, tudo isso gera um custo, então o preço dos fretes vão lá pra cima, o que, por consequência, também pode encarecer o valor final da venda das mercadorias transportadas, já que a contratação do serviço de transporte terá seu valor alterado.
O modal aquaviário se dá pelo transporte de cargas em mares (marítimo), lagos (lacustre) e rios (fluvial). Quando do ponto A ao B o transporte é concentrado em portos do mesmo país, chamamos isso de cabotagem, sendo, geralmente, rotas de curta duração.
Por ele, seguem os mais variados tipos e volumes de carga, sendo responsável por cerca de 11% do escoamento das mercadorias do país. E, mesmo não sendo um dos principais meios de transporte do segmento, ele também enfrenta seus percalços quanto à infraestrutura.
Acesso dos portos cheios de buracos, filas quilométricas de caminhões, falta de segurança e estrutura como um todo na margem dos portos, entre outros são alguns dos temas abordados por instituições como a Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária) e vividos por quem trabalha neste modal .
Quanto ao investimento para melhorias, de acordo com um estudo da CNT (Confederação Nacional de Transportes), entre os anos de 2011 e 2018, apenas 10,6% do valor total de investimento considerado nos principais planos de governo (na esfera federal) foi realmente feito.
Em potencial, o setor não deixa a desejar. Além de ser um meio mais barato e que evita a poluição, para se ter uma ideia, só em 2018, a região Hidrográfica da Amazônia transportou 63 milhões de toneladas de cargas.
O modal ferroviário de transporte de cargas, como o próprio nome já diz, corre por linhas férreas e é escolhido, geralmente, para o transporte de produtos de baixo valor agregado. Hoje, no Brasil, nós temos cerca de 29 mil km de linhas férreas e o meio é responsável por cerca de 21% das cargas que rodam o país.
Este era o principal meio de transporte de cargas do país entre o fim do século XIX e começo do XX. Mas, com a priorização do Governo pelo desenvolvimento das rodovias, ela perdeu força na metade do século e, com isso, foi herdando grandes problemas de infraestrutura.
Falta de malha ferroviária, problemas na pesagem de cargas, dependência de outros meios de transporte, rotas inflexíveis, falta de incentivo público, entre outros são questões que fazem parte deste cenário.
Mesmo com tudo isso, após investimentos privados e apoio do Governo Federal na liberação antecipada da renovação de concessões ferroviárias da Malha Paulista e das estradas de ferro Vitória-Minas e Carajás, o modal vive um dos seus melhores momentos em décadas, com previsões de melhorias e expansão para que chegue a representar 30% do nosso setor.
O modal de transporte aéreo ou aeroviário de cargas pode ser feito por aviões específicos para o trabalho ou também naqueles destinados a passageiros. Apenas no primeiro semestre do ano passado, ele foi responsável pelo tráfego de 625,7 mil toneladas de carga.
Ele é mais procurado para transporte de vacinas, produtos perecíveis, insumos, suprimentos, medicamentos, cargas urgentes, cargas de alto valor agregado, produtos resfriados, entre outros. Como benefícios mais fortes, ele se caracteriza como um meio ágil, seguro e que dá acesso a áreas remotas.
Apesar do expressivo número de cargas transportadas que citamos acima, este modal é um dos que menos representa o cenário de transporte brasileiro, ficando com uma fatia de apenas 0,4%. Ele ocupa esta posição pelo alto custo no deslocamento e menor capacidade para grandes volumes de cargas. Mas, tem papel importante ao suprir ineficiências de outros modais, como cumprir entregas urgentes e com mais segurança, quando se trata de produtos delicados.
Este modal é o único que escapa de grandes problemas em infraestrutura, mas, ainda assim, segue na linha de investimento para expansão, tanto no Brasil, como no resto do mundo, podendo chegar a cerca de 6% ao ano nos próximos 20 anos.
O modal dutoviário, com certeza, é um dos mais curiosos dos 5 da nossa lista, por isso ele veio para fechar o nosso papo.
As cargas são transportadas por meio de dutos, como se fossem grandes canos ou tubulações, que escoam a mercadoria pela força da gravidade ou com a ajuda de motores e bombas hidráulicas. O arranjo das suas conexões é conhecido como dutovia.
Através dos 22 mil km de malha, este meio de transporte escoa, geralmente, fluidos que vem do petróleo e partículas minerais sólidas. As distâncias são variadas e a localização das tubulações pode ser submarina, aérea, aparente ou subterrânea.
Por ser um meio de transporte lento, limitado quanto ao tipo de cargas e com pouca flexibilidade de rota, ele quase não é utilizado no Brasil, tendo uma força maior nos Estados Unidos e Europa. Seu papel principal acaba mais restrito a empresas como a Petrobras.
Através dos dados, pesquisas e cenários de cada um dos modais de transporte que vemos aqui no Brasil, é visível o quanto o poder de produção do país cresceu ao longo dos anos, mas seus meios de transporte não.
Mais do que nunca, para que o segmento cresça como um todo, os modais de transporte devem crescer junto, gerando maior poder no volume de escoamento de cargas, na negociação, segurança, produtividade e por aí vai. Gostou de ficar por dentro e aprender mais sobre o assunto?
Ainda não conhecia a Fretebras? Vem que a gente te conta melhor quem somos e como podemos ajudar a sua empresa a crescer no setor de transporte de cargas.
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Bacharel em jornalismo pela UFJF e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela mesma instituição.
Especialista em SEO, Inbound Marketing e Marketing de Conteúdo. Experiência em redação para diversas mídias e campanhas com foco no setor logístico e de transporte rodoviário.
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